Imagine uma árvore que vale ouro. É
assim que produtores de mogno africano enxergam suas florestas. Essa
história começou há quase 40 anos quando uma comitiva da Costa do Marfim
visitou o Pará.
Na época, o pesquisador da Amazônia Oriental, Ítalo Claudio Falesi
ganhou seis sementes de mogno africano do ministro da Agricultura
daquele país e uma recomendação: "faça bom uso, isso é ouro verde".
Ao longo dos anos, as sementes de "ouro" se espalharam pelo país e o
mogno africano conquistou a admiração de investidores, produtores rurais
e até personalidades como o escritor best-seller Augusto Cury.
Segundo o engenheiro agrônomo Glauco Olinger, o metro cúbico do
mogno africano é comercializado a um preço médio de R$ 3,4 mil contra R$
2,57 mil do brasileiro ipê, por exemplo.*
Uma grande vantagem da espécie africana é sua imunidade a uma doença que
divide o tronco ao meio. As mudas são produzidas de acordo com as mais
modernas técnicas disponíveis no mercado e têm resultado em florestas de
execelente produtividade.
O viveiro Mudas Nobres, sediado em Goiânia, se tornou referência no
fornecimento de mudas da espécie Kahya ivorensis, com ótima
adaptabilidade em diversas regiões do Brasil.
Um dos diretores da empresa, o engenheiro agronômo Canrobert Tormin,
ressalta, inclusive, a possibilidade de consorciar a floresta com outras
atividades rurais como fruticultura e pecuária. "Isso é feito com muito
sucesso em Minas Gerais, por exemplo, onde o mogno foi plantado ao lado
de mangueiras, bananeiras e coqueirais", explica.
A bela madeira, avermelhada, é usada em movelaria, faqueado, construção
naval e em sofisticadas construções interiores, principalmente no
mercado europeu.
Tantas vantagens convenceram o médico psiquiatra Augusto Cury a investir
na espécie. Atualmente, o escritor considerado o autor brasileiro mais
lido da década, é o maior produtor individual de mogno africano no
Brasil.
O retorno com a madeira serrada pode ser de longo prazo (até 17 anos)
mas a partir do décimo segundo ano, em alguns casos, as sementes podem
render até R$ 4 mil o quilo. "É um negócio com ótima rentabilidade",
esclarece Tormin.
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